OPINIÃO
PREPAREM O BOLSO
O Caríssimo Leitor
(a) provavelmente não sabe o que é COMERC. Explico: trata-se do consórcio que
faz a compra de toda a energia elétrica que consumimos, e, depois, repassa às
concessionárias distribuidoras. Vem de lá a informação de que a escalada do dólar deve ser a nova vilã da
conta de luz dos brasileiros.
Além dos efeitos da estiagem, que neste ano
representaram aumentos superiores a 50%, agora é a moeda americana que vai
pressionar os próximos reajustes tarifários das distribuidoras do Sul, Sudeste
e Centro-Oeste. A explicação está na retirada que cada empresa tem da energia
da Hidrelétrica de Itaipu, cotada em dólar.
Cálculos feitos
pela comercializadora COMERC mostram que apenas o impacto da moeda
americana na fatia de energia da usina binacional de Itaipú pode representar
aumentos entre 3,7% e 9,5% na conta de luz. As maiores altas virão das
distribuidoras que ainda não tiveram reajuste neste ano, como é o caso da
EDP-Bandeirante, CPFL Piratininga e Light.
No reajuste
extraordinário, ocorrido em janeiro, quando o governo repassou para a tarifa
parte das oscilações do câmbio, o dólar estava na casa de R$ 2,80. Nas últimas
semanas oscilou entre R$ 3,70 e R$ 4,22.
A Bandeirante atende a 28 municípios de São
Paulo, inclusive Pindamonhangaba. Para nós, o dólar na energia de Itaipu poderá
representar 8,8 pontos porcentuais dentro do reajuste anual, pelo que calcula a
COMERC, considerado o câmbio médio de R$ 4. Na carteira de energia da empresa,
19% do total vêm de Itaipu. Ou seja, qualquer oscilação no dólar tem impacto
relevante nas contas da companhia.
Traduzindo: vem aí
aumento em torno de mais 15 por cento. É mole ou querem mais?
Temos que segurar mais essa! E há prefeitos instituindo a Contribuição
de Iluminação Pública, como em Pinda, Taubaté, São José e agora Jacareí. É
fácil tungar o indefeso consumidor...
Falei e disse!
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