sábado, 5 de dezembro de 2015

OPINIÃO
HÁ MOTIVOS DE SOBRA PARA O IMPEACHMENT

Por José Carlos Cataldi

“Não basta que a mulher de César seja honesta. Tem de parecer honesta”... Foi assim, parafraseando o discurso de Cícero, que o ex-ministro do Supremo Evandro Lins e Silva, em sua volta à advocacia, abriu a petição em que postulava o impeachment de Fernando Collor de Mello. Peça que tive a honra de ver fazer e de assinar, como Conselheiro Federal da OAB que era, na representação do Rio de Janeiro.

Ao tempo, também, discutia-se a falta da prova-provada contra o presidente Collor. Mas havia essa mesma baderna. A ingovernabilidade que agora se agrava, porque a presidente Dilma Rousseff terá de buscar no “é dando que se recebe” os apoios necessários para barrar o andamento do processo aberto para a admissibilidade, pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Dilma brada aos quatro ventos que é honesta. Mas, como lembrou Evandro, não basta que a mulher de César seja honesta, tem de parecer honesta quando se posta a frente do estado brasileiro e não estanca a corrupção que se alastra por todos os cantos, e vaza de todos os poros.

Primeiro seus seguidores pretendem  voltar teimosamente ao supremo. Alegar falta de qualidade ao presidente da câmara, também chamado de chantagista, e também respondendo a processamentos por irregularidades e malfeitos. Mas ele ainda não estava nem está afastado do cargo, e, não cabe ao supremo frear a marcha de um processo que tramita no legislativo por razões estritamente políticas.

Depois chegará a hora de responder a mais de 300 chantagens daqueles que vão querer recompensas para vender seus apoios...

Amigos! O país está irremediavelmente ingovernável. Mais valia o tempo das langeries compradas com verbas da LBA ou embarcar na Fiat Elba comprada com sobras de campanha, quando o Senado da República presidido pelo ministro Sidney Sanches, então presidente do Supremo deu andamento à sessão, até a renúncia de Collor. O seleto grupo que metia a faca era muito menor... Hoje, salvo melhor juízo, a situação é muito, mas, muito mais grave!

Falei e disse!


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