OPINIÃO
HÁ MOTIVOS DE SOBRA PARA O
IMPEACHMENT
Por José Carlos Cataldi
“Não basta que a mulher de
César seja honesta. Tem de parecer honesta”... Foi assim, parafraseando o
discurso de Cícero, que o ex-ministro do Supremo Evandro Lins e Silva, em sua
volta à advocacia, abriu a petição em que postulava o impeachment de Fernando
Collor de Mello. Peça que tive a honra de ver fazer e de assinar, como
Conselheiro Federal da OAB que era, na representação do Rio de Janeiro.
Ao tempo, também, discutia-se
a falta da prova-provada contra o presidente Collor. Mas havia essa mesma
baderna. A ingovernabilidade que agora se agrava, porque a presidente Dilma
Rousseff terá de buscar no “é dando que se recebe” os apoios necessários para
barrar o andamento do processo aberto para a admissibilidade, pelo presidente
da Câmara, Eduardo Cunha.
Dilma brada aos quatro ventos
que é honesta. Mas, como lembrou Evandro, não basta que a mulher de César seja
honesta, tem de parecer honesta quando se posta a frente do estado brasileiro e
não estanca a corrupção que se alastra por todos os cantos, e vaza de todos os
poros.
Primeiro seus seguidores
pretendem voltar teimosamente ao supremo.
Alegar falta de qualidade ao presidente da câmara, também chamado de
chantagista, e também respondendo a processamentos por irregularidades e
malfeitos. Mas ele ainda não estava nem está afastado do cargo, e, não cabe ao
supremo frear a marcha de um processo que tramita no legislativo por razões
estritamente políticas.
Depois chegará a hora de
responder a mais de 300 chantagens daqueles que vão querer recompensas para
vender seus apoios...
Amigos! O país está
irremediavelmente ingovernável. Mais valia o tempo das langeries compradas com
verbas da LBA ou embarcar na Fiat Elba comprada com sobras de campanha, quando
o Senado da República presidido pelo ministro Sidney Sanches, então presidente
do Supremo deu andamento à sessão, até a renúncia de Collor. O seleto grupo que
metia a faca era muito menor... Hoje, salvo melhor juízo, a situação é muito,
mas, muito mais grave!
Falei e disse!
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