CONHEÇO A
ANTESSALA DO INFERNO!
Já soltei
brasileiro preso na Bolívia. Conheci a antessala do inferno. Confirmo, mesmo
sem ver, que os 12 torcedores corintianos presos na penitenciária San Pedro, em
Oruro, correm risco de morte.
Quando
morei em Corumbá e era da comissão de Direitos Humanos da OAB, recebi a
denuncia de que o brasileiro Alberto Alegre, ao desembarcar no aeroporto de
Puerto Suarez, província de German Bush, havia sido preso por uma divida
contraída pela mulher dele. A credora era nada mais, nada menos que uma
cambista que tinha ‘prestígio’ com o Coronel Comandante da Guarda Nacional de
Fronteira do país vizinho. Alberto foi enquadrado por crime de “estafa”. Repito
que, eventualmente praticado pela mulher dele, se é que foi mesmo.
Fui
visitar Alberto Alegre e percebi porque estava profundamente deprimido. Feito
refém da dívida, encontrava-se numa cela em que ficava praticamente submerso no
que delivrava de suas tripas. Um horror.
A
informação que se tem é de que por causa do uso de celulares, seis dos
Corinthianos presos há 35 dias foram punidos, no início do mês, e, passaram
três dias no calabouço; celas apertadas, sem banheiro e iluminação. É
exatamente assim. Sem tirar nem por. Conheço bem.
Portanto,
mesmo que digam sinceramente que não estão sendo torturados, os brasileiros
presos estão sendo constrangidos e correm todos os riscos. Primeiro de
contaminação. Depois pela violência dos outros presos, provavelmente dispostos
a vingar a morte do torcedor Kevin Espada, atingido acidentalmente por um
sinalizador náutico na partida contra o San Jose.
Parlamentares
brasileiros estão lá na Bolívia, tentando negociar alguma forma de garantia de
vida aos torcedores do Corinthians que, por mais que se lhes desaprove o
comportamento, não podem ser submetidos a tamanha violência encomendada. Hoje, os 12 corintianos ainda estão separados
dos demais presos. Eles estão divididos em duas celas de uma ala reservada, com
outros 40 detentos. O maior problema, como frisei, é a higiene. A ala possui um
único banheiro, sem chuveiro e privada. Há apenas um buraco no chão. O modelo é
o mesmo no país inteiro.
Portanto o
governo brasileiro precisa subir o tom e encarar a questão como um problema
diplomático. Caso contrário, os presos ficarão apodrecendo literalmente em
Oruro.
Falei e
disse!
Nenhum comentário:
Postar um comentário