sexta-feira, 27 de setembro de 2013


MÉDICOS EM BAIXA...

A raiva que muitos têm dos maus serviços de saúde está sendo transposta aos médicos, como se todos fossem ruins, egoístas e irresponsáveis. Certo que alguns pensam que são deuses. Outras há que têm certeza... Mas também existem os bons. Felizmente a maioria. Não se deve generalizar. E, ao invés de torcer contra o Conselho Federal de Medicina, a população deve abrir os olhos para o desrespeito às organizações sociais. Ora pelo comando do governo. Ora pela baderna que ganha as ruas. Os conselhos, mau ou bem, de maneira mais eficiente que a fiscalização governamental, moralizam seus segmentos.

Depois de perder o controle sobre a qualidade dos profissionais de medicina que passam a atuar no país, agora os médicos – em queda de popularidade, numa revanche  intencionalmente produzida pelo governo; terão de recorrer à justiça contra a resolução do Conselho Federal de Farmácia, que permite aos farmacêuticos prescreverem medicamentos não tarjados, como analgésicos e antitérmicos.

Já não basta que atendam à automedicação. Agora, sem observância aos sintomas que podem sinalizar para problemas mais graves, os boticários estarão fazendo as vezes de curandeiros de balcão. Seguindo orientação de seus conselhos, os farmacêuticos poderão dar receita ao paciente orientando-o sobre qual remédio deve usar, a partir dos sintomas relatados, como febre, dor de cabeça e cólica, para o que não são qualificados. 

Muito mais direito e competência teriam os enfermeiros que, aliás, em Pindamonhangaba, por uma liminar obtida pela prefeitura, a contragosto, passaram a ter o dever de dispensar remédios, em lugar dos farmacêuticos.

E assim vamos vivendo neste país dos absurdos. Por que não permitirmos aos açougueiros atuarem em lugar dos médicos legistas? Em matéria de cortes são talvez até mais precisos em separar o traseiro do dianteiro...

Virou bagunça mesmo! A sociedade deve se indignar por seu direito a profissionais competentes nos devidos lugares. Se hoje não fazemos nada porque não somos médicos, amanhã poderá ser tarde, quando a desordem nos atingir diretamente. Nunca é demais lembrar o Poema para Maiakovski. Poema que nunca escreveu, apesar de muitos afirmarem que é dele. Por oportuno, vale citá-lo:

“Na primeira noite eles se aproximam / roubam uma flor / do nosso jardim./ E não dizemos nada./ Na segunda noite, já não se escondem: / pisam as flores, / matam nosso cão, / e não dizemos nada./ Até que um dia / o mais frágil deles / entra sozinho em nossa casa, / rouba-nos a luz, e, / conhecendo o nosso medo / arranca-nos a voz da garganta./ E já não dizemos nada.”

Em resumo, chegando aí, já era...

Falei e disse!

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