quinta-feira, 17 de março de 2011

JAPÃO URGENTE! SERIA HORA DE REVER O PROGRAMA NUCLEAR BRASILEIRO?


O Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido recomendou aos cidadãos britânicos que vivem no Japão que deixem o país, diante da situação de emergência da usina nuclear de Fukushima. Depois do terremoto e do tsunami Tóquio chegou a limite máximo de tolerância à radiação. Os brasileiros residentes lá estão sendo repatriados...

Comecei a pensar na situação aqui do Brasil. Projeto ultra moroso para três usinas nucleares. Uma das quais é carinhosamente apelidada de “vagalume”, porque vive em regime de acende e apaga... Se no Japão que é Japão a coisa chegou ao intolerável, imaginem um acidente nuclear no Brasil, em Angra dos Reis, tão próximo de nós...

Li o trabalho do físico Heitor Scalambrini Costa, publicado agora dia 13. Confesso que conhecendo as precárias condições da Rodovia Rio-Santos para um escape, fiquei bastante preocupado. Afinal, Scalambrini não é um Zé Mané na vida. É simplesmente professor associado da Universidade Federal de Pernambuco; graduado em Física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP/SP), com Mestrado em Ciências e Tecnologias Nucleares na Universidade Federal de Pernambuco e Doutorado em Energética, na Universidade de Marselha/Comissariado de Energia Atômica da França.

Ele explica que não existe uma fonte energética que só tenha vantagens, e, frisa: “não há energia sem controvérsia, mas a nuclear, pelo poder destruidor que tem qualquer vazamento de radiação, não deve ser utilizada para produzir eletricidade, ao menos em nosso país, onde existem tantas outras opções”.

Scalambrini afirma que o lobby nuclear é tão forte nos setores legislativos, que está impondo o falso argumento de que a energia nuclear é uma fonte limpa, segura e que contribui para combater o aquecimento global.

O físico sustenta que é um equívoco retomar a construção de Angra 3, sob alegação de que os apagões se devem a um déficit nas matrizes energéticas. Segundo ele, temos folga no abastecimento por mais 5 anos, mesmo considerando as atuais taxas de crescimento econômico. Acentua que o custo de uma central nuclear é enorme. Da ordem de 10 bilhões de reais. E, geralmente o valor fica aquém dos preços finais da obra.

Na Finlândia, por exemplo, as usinas planejadas já estão custando o dobro do estimado, antes mesmo da obra começar. Aliás, no caso de Angra III a estimativa de custos da obra, que era de 7 bilhões e 200 milhões de reais em 2008, pulou para 10 bilhões e 400 milhões até o final de 2010, de acordo com a Eletronuclear.

O resumo leva a concluir que o uso da eletricidade nuclear irá contribuir para elevação ainda maior das tarifas de energia elétrica no Brasil. E, do ponto de vista ambiental, é meia verdade afirmar que as centrais nucleares não contribuem para os gases de efeito estufa, e que são “limpas”. Em operação rotineira, as centrais nucleares de fato agridem pouco o meio ambiente, porém, expõem a sociedade ao risco de acidentes que liberam na biosfera produtos de fissão nuclear de alta radioatividade, como acontece agora no Japão.

De modo que, como eu não gostaria de viver a mesma situação em que vivem agora nossos irmãos japoneses, rogo a nossos governantes, e, espero que cada um de nós pressione o seu deputado e o seu senador, para que antes de pensarem no nuclear, esgotemos primeiro a energia que vem do sol e dos ventos.

Que se desligue de vez a Usina Vagalume Angra Um, e se desista do programa nuclear brasileiro, debitando o prejuízo na conta das burrices perpetradas no governo Geisel...

Falei e disse!

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