quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A FOLHA DE ZINCO

Consta do anedotário da imprensa brasileira, e, aliás, como exemplo de pouca ética, a situação de um foca em jornalismo, que chegou atrasado à cobertura de um assassinato numa cidade do interior de Minas. Bom que a gente explique que foca é o repórter iniciante, que tem pouco faro, por causa do focinho gelado... Só entra em fria...

Quando o sujeito chegou à Praça Marechal Floriano, bem no centro da cidade, o cadáver já tinha sido retirado.

O repórter aprendiz, com medo da bronca que levaria do editor, fez a matéria assim mesmo, ilustrando-a com a foto equestre do militar e colocando abaixo a seguinte legenda: “o Marechal Floriano, em cuja praça se deu o crime”.

Caríssimos! Assim procedeu – não a Folha de Zinco, mas a Folha de São Paulo. Jornal do qual sou leitor, e, admiro pela seriedade, que faltou na edição à qual estou me reportando.

Faço questão de frisar que não fui nem sou eleitor de Geraldo Alckmin. Muito menos tenho procuração para defendê-lo. Porém, meu direito cidadão de crítica, permite que compare o absurdo do foca interiorano, com a manchete de ontem de um dos principais jornais do País, em matéria assinada por Mario César Carvalho e Catia Seabra:

“Policia faz busca em casa de cunhado de Geraldo Alckmin”...

“A polícia fez ontem uma operação de busca e apreensão na casa do empresário Paulo Ribeiro, cunhado do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Paulo é um dos 11 irmãos de Lu Alckmin, futura primeira-dama do Estado”.

Peço licença e Convido os prezados amigos a avaliar comigo: o que Geraldo Alckmin tem com isso? O que pode fazer se “Paulo Ribeiro é investigado pelo Ministério Público sob suspeita de fazer parte de um cartel, acusado de superfaturar preços de merenda em contratos com prefeituras” e, se uma dessas prefeituras é Pindamonhangaba? O Brizola diria inclusive que cunhado não é parente...

Perdoem os colegas jornalistas da Folha de Zinco, ou melhor, de São Paulo, mas faltou à matéria a legenda: “o Marechal Floriano, em cuja praça se deu o crime”.

Falei e disse!

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