A HORA E A VEZ DO BRASIL ABRIGAR OS REFUGIADOS SALVOS PELA
CORVETA BARROSO
Jorge Béja
Os 220 imigrantes-refugiados resgatados noite
passada pela Corveta Barroso, da Marinha do Brasil, no Mar Mediterrâneo,
têm o absoluto direito, se desejarem, de serem trazidos para o Brasil e aqui
permanecerem. Os navios de guerra (belonaves) são considerados, para o Direito
Internacional e mesmo o Direito Nacional, como extensão do território do país a
que pertencem, tais como são as embaixadas. A corveta Barroso, com 190
militares brasileiros, ia do Rio para o Líbano, em missão de paz da ONU. Perto
de 270 quilômetros da Costa da Sicília (Itália), a corveta avistou a embarcação
com os imigrantes (94 mulheres, 37 crianças e 4 bebês) completamente
debilitados. A intenção do comandante é levar o navio para a Catânia e
desembarcar os refugiados lá. Isso se for a vontade e o desejo deles. Pois caso
contrário, se desejarem viajar para o Brasil, basta que manifestem essa vontade
ao capitão da Corveta Barroso, uma vez que todos eles já se encontram em solo
brasileiro, assim considerado o interior de uma belonave. Vamos ver se dessa
vez o Brasil não repete o vexame dos Jogos Panamericanos de 2007, quando dois
atletas cubanos (pugilistas) deixaram a concentração (com a nítida
intenção de pedir asilo), foram presos, proibidos de dar
entrevistas e mandados de volta (extraditados) para Cuba, ao tempo de
Lula na presidência e Tarso Genro ministro da Justiça. Dizem até que viajaram
em avião da Venezuela. Por falar neste assunto, que a cada dia comove o
mundo, o que fez o Brasil até agora? Qual a posição no Brasil frente ao drama
dos refugiados da Síria?
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