segunda-feira, 5 de novembro de 2012


ACIDENTE COM O TREM DA “ESTRADINHA” TEVE VÁRIOS AVISOS...

O trem começou a andar mais rápido... “Como eu estava na primeira poltrona, percebi que o maquinista estava tentando frear, mas não conseguia. Foram uns 40 segundos sem controle. Eu tinha certeza de que iria morrer. O maquinista fez um sinal para todo mundo se abaixar. Foi uma gritaria. Aí o trem saiu em uma curva, descarrilou e, graças a Deus, bateu em um morro. Porque do outro lado era o abismo”...



É triste criticar um dos símbolos da cidade que a gente adotou. O depoimento dramático do empresário Marcelo Luis Matheus, de 33 anos, apenas vem confirmar o que denuncio faz tempo, desde que cheguei a Pindamonhangaba: a precariedade da Estrada de Ferro Campos do Jordão, abandonada ao longo do tempo, e com investimento sem pressa para restauração.

 

A consequência nos coloca de novo na mídia nacional, não bastasse a vergonha das mochilas em Taubaté... Marcelo Luis Matheus, de 33 anos, ficou preso nas ferragens. Levou sete minutos para conseguir sair. E frisa: “O trem dava choque, a gente não sabia se ia pegar fogo. Tinha gente com fratura exposta, mutilada, foi um horror”.



Do total de mortos, inicialmente dois, a imprensa agora documenta 3. Mas na realidade são quatro, já que uma das mulheres estava gravida.



No salvamento, os bombeiros fizeram de tudo. Mas houve necessidade de reforço de mais 20 viaturas, já que Pinda tem hoje, em regime de escala, o contingente de 30 homens; o mesmo de 30 anos atrás quando foi criado. Dispõe de um carro tanque e uma UTI móvel, mesmo assim porque o município banca a infraestrutura do serviço, no Estado que ironicamente é a locomotiva do Brasil... E haja segurança...

 

A Maioria dos 43 feridos, distribuídos entre hospitais de Campos do Jordão, Taubaté e Pindamonhangaba já tiveram alta.

Denunciando o pouco caso com a ferrovia, tempos atrás, cheguei a arriscar prognóstico quanto a possibilidade de privatização, após um acidente grave. Será? Pena ver a obra pioneira do Pindense Emílio Ribas, feita inicialmente para curar pessoas, que eram levadas em segurança ao ponto ferroviário culminante do Brasil, passar por esse abandono...

“O trem dava choque, a gente não sabia se ia pegar fogo. Tinha gente com fratura exposta, mutilada, foi um horror”...


Eu não conseguiria dormir, se tivesse um pingo de responsabilidade pelo que se passou...
 

Falei e disse!

Nenhum comentário:

Postar um comentário