segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

PM JULGADA EM DOIS TEMPOS

Da avaliação das duas ações mais recentes da Polícia Militar de São Paulo extrai-se o uso político das operações. Pelo menos a tentativa.

No Pinheirinho, São José dos Campos, interior de São Paulo, a truculência com que a PM cumpriu a ordem judicial arrancou aplausos do mega especulador Nagi Nahas e de sua massa falida.

No Centro de São Paulo-Capital, a intervenção para retirar do tráfico o domínio sobre a Cracolândia, outro ponto de discórdia entre o PT e o PSDB, demonstra que se o Partido dos Trabalhadores pretendia favorecer a candidatura de Fernando Haddad, criticando a operação, fez pior do que produzir maus resultados no ENEM. Oito em cada 10 paulistanos apoiam o que a PM fez na Cracolândia.

Segundo o Data Folha, mesmo entre as pessoas que têm o PT como partido de preferência, 83 por cento concordam com a operação policial, dando a nota média 7 vírgula 4.

Quando o assunto é criticar a atuação intervencionista da vontade dos drogados no centro da capital, o bate-boca entre pré-candidatos do PT e PSDB à Prefeitura de São Paulo não encontra eco entre os eleitores. No geral, os entrevistados entre quinta e sexta-feira passadas, 82 por cento concordam que a polícia tinha de agir como agiu, para desbaratar o tráfico e o consumo de crack na região central de São Paulo.

Todos enxergam claramente, no entanto, que há confronto eleitoral entre PT e PSDB, no uso da bandeira “combate à droga”. Entre os tucanos, o pré-candidato Andrea Matarazzo afirma que "o governo do PT consolidou o crack na região central da cidade, numa alusão à gestão municipal de Marta Suplicy, de 2001 a 2004. Já Fernando Haddad, pré-candidato petista, ainda carregando o peso de praticamente quatro reprovações no ENEM, diz que a ação da PM foi "desarticulada", "desastrada" e "marcada pela repressão".

Que discutam, briguem e se rasguem. Mas o importante é desarticular o ponto de concentração e impor tratamento médico às pessoas que já não pensam por meios próprios. Tirá-los do lixo é que foi defender seus direitos humanos.

Falei e disse!

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