sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

NINGUÉM LEVANTOU ESTA HIPÓTESE...


Vocês sabiam que a área em que foram construídos os prédios que desabaram no Rio de Janeiro já foi um pântano?

Pois no Brasil colônia travou-se ali a última batalha entre portugueses e os invasores franceses, havendo os comandantes lusitanos invocado a proteção de Santo Antônio, cidadão português nascido em Alfama – Lisboa; cujo nome real é Fernando de Bulhões y Taveira.

Prometeram em caso de vitória, erguer ali um convento com luz votiva que permanece acesa até hoje.

O santo foi consagrado sargento-mor “post mortem” e mais tarde promovido a General, incluído no Almanaque do Exército Brasileiro, bem mais tarde, por Dom Pedro Primeiro. Registra a história que só a um milagre poderia explicar a sobrevivência dos soldados da Colônia, combatendo em meio aos jacarés que infestavam aquele lodaçal, hoje aterrado, e transformado no Largo da Carioca...

Não sou engenheiro, mas o solo composto com areia de restinga, me parece impróprio para construções, a não ser com tratamento adequado. Já perceberam o volume de emanação de gases? Quantos bueiros já explodiram ali pelo centro do Rio? Tudo isso e mais o acumulo de tantas irresponsabilidades?

Por exemplo: Vocês sabiam que ao lado dos edifícios sinistrados, erguidos nos idos de 1938, bem ao lado mesmo, foram feitas as fundações do metrô do Rio de Janeiro, e que os prédios ficam entre as Estações Carioca e Cinelândia do metropolitano, resistindo à bateção das estacas que deram fundação à obra? Será que alguém percebeu que a trepidação do ir-e-vir constante dos trens no subsolo, também poderia abalar o alicerce das construções fragilizadas e bem antigas?

Os mais idosos certamente hão de lembrar, quando eu disser, que bem ao lado, o Teatro Municipal do Rio de Janeiro, foi por muito tempo o palco dos bailes oficiais de carnaval da Cidade Maravilhosa... Talvez possa avivar-lhes a memória, de que a festa foi tirada de lá, por Antônio Vieira de Mello, enquanto diretor do teatro e secretário de educação no governo Negrão de Lima, porque temia-se pela segurança, diante da pulação dos foliões, por causa da estrutura debilitada... Lembro mais que, em 1971 meu Amigo Jurista Jorge Beja – Jornalista e Advogado – entrevistava Clóvis Bornay pela Rádio Nacional, e ele, o campeoníssimo dos Carnavais, considerava um absurdo o uso do Municipal, cuja estrutura frágil balançava durante os bailes.

Não sou engenheiro, mas diante dessas explicações não fica difícil encontrar a razão para o que se deu na Avenida Treze de Maio, quase esquina de Almirante Barroso, onde o acúmulo de irresponsabilidades recebeu, como gota d’agua, os abalos ou imperícias de obra clandestina, sem conhecimento do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, denunciada após o acidente.

Foi assim que, penso eu, um prédio caiu sobre os demais, fragilizados, produzindo efeito dominó...

Dizem os físicos que a cada ação corresponde uma reação. O Homem afronta as regras mínimas. Agride o planeta. Perfura as camadas terrestres em busca de petróleo. Tira enormes quantidades de óleo e gás das regiões abissais e pré-sais. Nada coloca em troca...

Fica difícil explicar acomodações de placas e a razão de tantos terremotos e erupções vulcânicas, depois disso?

Minhas proposições são, no fundo, temática para reflexão ambiental no momento em que todos estão preocupados com a sacolinha do supermercado... Aliás, enorme hipocrisia. Pagando 20 centavos você pode tê-la. O saco preto que continua a ser vendido a farta para embalar o lixo não prejudica a natureza. Só a sacolinha que era usada pelo pobre! Ora, ora... tirar as colunas do prédio também não desafiava a gravidade. Deu no que deu...

Falei e disse.

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