segunda-feira, 5 de abril de 2010

E POR QUÊ NÃO?

Gosto muito da maneira honesta com que Marina Silva faz política. Resignada com a falta de aliados e o pouco tempo que terá na TV, busca forças no confronto entre Davi e Golias e na história de Dom Quixote para encarar a corrida presidencial. O uso metafórico da "luta de Davi contra Golias" foi a figuração perfeita que a candidata do PV usou no nordeste, porque David, apesar de mais frágil, venceu no final...

Com apenas 8% das intenções de voto na pesquisa Datafolha, ela admite a "pouquíssima probabilidade" que tem de chegar ao segundo turno. E, em tom de desabafo, reconhece ter ouvido apelos para não trocar uma reeleição certa no Senado -onde já ocupa uma cadeira há 16 anos- pela missão quase impossível de chegar à Presidência na garupa de um partido nanico... Marina, relembrado sua biografia, vislumbra alguma chance de vitória em outubro, porque já venceu eleições em condições mais adversas. E frisa: “Impossível, não é", citando suas primeiras campanhas políticas no Acre, pelo PT.

Afinal, na galeria de exemplos da candidata verde estão outras vitórias históricas sobre gigantes: "Se Mandela fosse pragmático, teria renunciado ao sonho na cadeia. Se Luther King fosse pragmático, não teríamos um negro como presidente dos Estados Unidos", numa referência ao democrata Barack Obama.

O cientista político Marcus Figueiredo, do Iuperj - Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro; avalia que o discurso aparentemente ingênuo é forte:

"A metáfora do pequeno que enfrenta os poderosos é bem compreendida pela população. Jânio Quadros já usou essa idéia com sucesso" na sua trajetória, desde a década de 50. Elegeu-se prefeito e governador com o slogan

"O tostão contra o milhão" para embalar vitórias sobre o grupo de Adhemar de Barros.
Torço para que ele esteja certo!

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