segunda-feira, 2 de maio de 2016

OPINIÃO
Agora é “pimba
na gorduchinha”

Luiz Salgado Ribeiro

A presidenta está bem ajeitadinha na marca do pênalti, desde o dia 17 de abril, quando a Câmara dos Deputados aprovou a continuação do seu processo de impedimento, por 367 votos contra apenas 137. Agora, no próximo dia 11, o Senado apitará e vai ser “pimba na gorduchinha”, como Osmar Santos -o grande locutor das “Diretas Já” – narrava os chutes a gol(*).

Como o pênalti, no futebol, o impeachment, na democracia, não são lances que despertem muita alegria. Um e outro não são jogadas bonitas, são até tristes, por se parecerem com cenas de fuzilamento. São punições severas e interrompem o andamento normal do jogo.

O gol resultante do chute na bola parada não tem a graça de outros. Não tem a magia da surpresa, nem o encantamento de uma jogada de craque. É previsível; sempre gera controvérsias e- invariavelmente - é recebido - pela torcida do time que sofre o gol - com xingamentos ao juiz e protestos contra “a grande injustiça’. Até quem o marca preferiria fazê-lo de outra forma: com um drible,  uma cabeçada ou  uma emocionante “bicicleta”. 

Pênaltis e impeachments não são do pleno agrado de ambos os lados das contendas. Mas fazem parte das regras – da FIFA e das constituições - e são indispensáveis para manter a ordem nas competições.

Assim será com o impeachment da dona Dilma. Vai demorar um bom tanto para cessarem as ondas de protestos e esperneios. Mas o jogo vai continuar e é esperança de todos os espectadores que os jogadores não voltem a meter a mão na bola, ou – neste caso – na grana dos cofres e empresas do governo.

(*)Osmar Santos deixou de animar as transmissões de futebol em 1994.Viajava no interior de São Paulo e seu carro foi atingido por um caminhão dirigido por um motorista bêbado. Sofreu danos cerebrais. Com muito tratamento e muita força de vontade, teve recuperação de várias funções, entretanto ainda tem grandes dificuldades com a fala. Mas não aposentou seu talento criativo. Hoje dedica-se à pintura de telas.

Luiz Salgado Ribeiro – “Nascido em Pindamonhangaba, SP, em 1944, iniciou carreira jornalística em novembro de 1964”. Atuou na Gazeta, Estadão e Agência Estado, entre outros conceituados órgãos de imprensa...

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