sábado, 18 de janeiro de 2014

COLUNA TRANSCRITA DO ‘O JORNAL GRANDE VALE”

TURISMO ÀS BARATAS - Entusiasta que sou das coisas deste Grande Vale costumo indicar a parentes e amigos, quando nos visitam, os principais pontos turísticos da região. Confesso que dessa vez, ao receber genro, filha e duas netas fiquei triste com a decepção deles... Inaceitável a forma de tratar visitantes. Não é assim que se faz turismo. Pelo menos nunca vi ação semelhante em nenhuma estância que visitei. E olhem: não foram poucas, no Brasil e no mundo. Temo não poder mais recomendar as atrações a meus novos hóspedes.

“CAMPOS” DA DECEPÇÃO - Imaginei que o badaladíssimo Parque Tarundu, que anuncia “mais de 30 atrações em contato com a natureza, em 500 mil metros quadrados” na aprazível Campos do Jordão, seria a melhor opção para que passassem um dia... Prometem, na exaustiva propaganda no Rádio, que será inesquecível... E, não foram os preços absurdamente caros que intimidaram. Afinal, turismo é realmente algo muito seletivo em qualquer lugar do mundo. O que os deixou tristes com a direção do Tarundu foi o tratamento. Em meio ao temporal que desabou sobre o Parque, interrompendo a partida de mini golfe que minhas netas jogavam, os pais foram ponderar por alguma compensação pela impossibilidade de prosseguir usufruindo dos eventos externos. Afinal, o que atraíra as crianças... Eis que de forma pouco lisonjeira, o dirigente sugeriu, numa ‘carteirada’ desnecessária, que não estava obrigado a atender ao que os visitantes pediam, ou seja, a devolução do que excedia num “passaporte” de 234 reais. Procedimento decepcionante. Foi quase que dizer: acabou o milho, acabou a pipoca... Custei a convence-los a não levar o caso ao Juizado do Rio, onde moram.

INSEGURANÇA – O Mirante do Elefante não pode ser visto, trancado a cadeado por causa de vândalos...

REINO DAS ÁGUAS PODRES – Descendo a serra achei que ‘lavaria a honra da firma’ no Reino das Águas Claras... Qual nada! Na porteira um quadro com fotos denunciando o descaso que data de 2011, quando uma tromba d’agua de esgoto puro varreu o parque. Dá para sentir o cheiro à distância. O porteiro avisa que só existem de pé algumas estatuetas com figuras da obra de Monteiro Lobato. Mesmo assim, para entrar e visitar as ruínas apodrecidas, o Estado cobra 6 reais por pessoa. Vendo o retrato do abandono meu genro perguntou: - Mas o governador não é daqui? Outro visitante que chegou, respondeu: - Melhor deixar como está. Se o governador descobre essa área abandonada, faz outro presídio...

MEDITAÇÃO PAGA – Até os Hare Krishna estão cobrando 10 reais para entrar com o carro, e ouví-los cantar “hare hare”...

MUSEU DA CASA DO VISCONDE – Fomos ao Museu Dom Pedro Segundo e Dona Leopoldina. Pichado por fora, e, sem grande história para ser vista por dentro. A Conservação e o interesse em apoiar a obra já foram melhores.

CAPELA SÃO JOSÉ – contei aos visitantes que a História do Brasil, que não se encontra no museu, passou de forma muita intensa na cidade. Dom Pedro, ainda príncipe regente, passou por aqui para proclamar a independência. Apeou entre Roseira e Pinda, à sombra de uma figueira que, para surpresa ainda existe, e, aqui, reuniu legionários para seguir até São Paulo; alguns com as cinzas preservadas na Capelinha... Lamentavelmente em ruínas, e, lamentavelmente lacrada.

BOSQUE DA PRINCESA – Foi o menos ruim para se ver em Pinda, apesar do mato alto e da conservação que decaiu muito no ano que passou.

CIRCO DOS HORRORES – Sugeri irmos ao Shopping. Um oásis nesse mar de descaso. Mas, o circo mambembe que havia na frente também os decepcionou. A percepção do fracasso da iniciativa, posta diante da obra de arte e bom gosto, gritou da remarcação do ingresso de 20 para 5 reais. Mesmo assim, o palhaço tinha de rir da própria graça. Picadeiro e platéia vazios...

SITIO DO PICA PAU – Indo a Taubaté, em busca de algo que limpasse a barra, levei-os à Chácara do Visconde. Afinal, todos que já foram ou ainda são crianças, se interessam em conhecer o sítio de verdade. Foi ótimo abraçar Emília, Dona Benta, Pedrinho, Nastácia. Mesmo tendo de enfrentar a impontualidade do espetáculo e o calorão do teatrinho, com um único ventilador voltado para o elenco. Ao público? Nada! Será porque é de graça?

PARQUE MONTEIRO LOBATO – Seguindo na direção do Quiririm, perto do hospital São Lucas da Unimed, há um parque temático, próprio para pique-niques. Mas, se for lá, leve água de casa para lavar as mãos, porque as torneiras do banheiro masculino foram arrancadas. Sinal de abandono...

HORTO DE TAUBATÉ – Na vizinhança da Rodoviária Nova, o Horto era minha única esperança. Mas também estava entregue ao deboche... Infelizmente o Turismo aqui não é tocado com a seriedade de quem quer ser visitado.

COLUNÃO: Reflexão dos visitantes: - Tem cidades em que pior que o prefeito, só o correio. Outras há em que o correio consegue ser pior do que o prefeito... Feia a coisa!///// - Vem ai o 1º encontro de colecionadores de carros antigos de Pindamonhangaba. Dia 26 de janeiro, de 9 às 16 horas na Praça do Quartel. Um city tour histórico abre o evento às 10 horas. Depois: Exposição, feira de artesanato, banda Elvis coover, praça de alimentação./////- Pinda perdeu o atleta paralimpico Ruan Felipe Souza para Uberaba. Semana que vem conto detalhes.///// - Fim da tregua? O Vereador Felipe César (PMDB) vai centrar o foco de suas reivindicações numa nova Rodoviária à margem da Dutra, na criação de Secretaria de Agricultura, restaurante para o servidor e novo anel viário...


José Carlos Cataldi é jornalista, radialista e advogado. Foi fundador da CBN. Atuou nas Empresas Globo, Radiobrás (Presidência da República); TV Rio/Record; Redes Manchete e Brasil de Televisão; foi 4 vezes Conselheiro Federal e Presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB. e-mail: josecarloscataldi@hotmail.com - Blog: http://pensandovoce.blogspot.com.

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