COLUNA
TRANSCRITA DO ‘O JORNAL GRANDE VALE”
TURISMO
ÀS BARATAS - Entusiasta que sou das coisas deste Grande Vale costumo indicar a parentes
e amigos, quando nos visitam, os principais pontos turísticos da região.
Confesso que dessa vez, ao receber genro, filha e duas netas fiquei triste com
a decepção deles... Inaceitável a forma de tratar visitantes. Não é assim que
se faz turismo. Pelo menos nunca vi ação semelhante em nenhuma estância que
visitei. E olhem: não foram poucas, no Brasil e no mundo. Temo não poder mais
recomendar as atrações a meus novos hóspedes.
“CAMPOS”
DA DECEPÇÃO - Imaginei que o badaladíssimo Parque Tarundu, que anuncia “mais de
30 atrações em contato com a natureza, em 500 mil metros quadrados” na aprazível
Campos do Jordão, seria a melhor opção para que passassem um dia... Prometem, na
exaustiva propaganda no Rádio, que será inesquecível... E, não foram os preços
absurdamente caros que intimidaram. Afinal, turismo é realmente algo muito
seletivo em qualquer lugar do mundo. O que os deixou tristes com a direção do
Tarundu foi o tratamento. Em meio ao temporal que desabou sobre o Parque,
interrompendo a partida de mini golfe que minhas netas jogavam, os pais foram
ponderar por alguma compensação pela impossibilidade de prosseguir usufruindo
dos eventos externos. Afinal, o que atraíra as crianças... Eis que de forma
pouco lisonjeira, o dirigente sugeriu, numa ‘carteirada’ desnecessária, que não
estava obrigado a atender ao que os visitantes pediam, ou seja, a devolução do
que excedia num “passaporte” de 234 reais. Procedimento decepcionante. Foi
quase que dizer: acabou o milho, acabou a pipoca... Custei a convence-los a não
levar o caso ao Juizado do Rio, onde moram.
INSEGURANÇA
– O Mirante do Elefante não pode ser visto, trancado a cadeado por causa de
vândalos...
REINO DAS ÁGUAS PODRES – Descendo a serra achei que ‘lavaria
a honra da firma’ no Reino das Águas Claras... Qual nada! Na porteira um quadro
com fotos denunciando o descaso que data de 2011, quando uma tromba d’agua de
esgoto puro varreu o parque. Dá para sentir o cheiro à distância. O porteiro
avisa que só existem de pé algumas estatuetas com figuras da obra de Monteiro
Lobato. Mesmo assim, para entrar e visitar as ruínas apodrecidas, o Estado cobra
6 reais por pessoa. Vendo o retrato do abandono meu genro perguntou: - Mas o
governador não é daqui? Outro visitante que chegou, respondeu: - Melhor deixar
como está. Se o governador descobre essa área abandonada, faz outro presídio...
MEDITAÇÃO PAGA – Até os Hare Krishna estão cobrando 10
reais para entrar com o carro, e ouví-los cantar “hare hare”...
MUSEU DA CASA DO VISCONDE – Fomos ao Museu Dom Pedro
Segundo e Dona Leopoldina. Pichado por fora, e, sem grande história para ser vista
por dentro. A Conservação e o interesse em apoiar a obra já foram melhores.
CAPELA SÃO JOSÉ – contei aos visitantes que a História do
Brasil, que não se encontra no museu, passou de forma muita intensa na cidade.
Dom Pedro, ainda príncipe regente, passou por aqui para proclamar a
independência. Apeou entre Roseira e Pinda, à sombra de uma figueira que, para
surpresa ainda existe, e, aqui, reuniu legionários para seguir até São Paulo;
alguns com as cinzas preservadas na Capelinha... Lamentavelmente em ruínas, e,
lamentavelmente lacrada.
BOSQUE DA PRINCESA – Foi o menos ruim para se ver em
Pinda, apesar do mato alto e da conservação que decaiu muito no ano que passou.
CIRCO DOS HORRORES – Sugeri irmos ao Shopping. Um oásis
nesse mar de descaso. Mas, o circo mambembe que havia na frente também os decepcionou.
A percepção do fracasso da iniciativa, posta diante da obra de arte e bom
gosto, gritou da remarcação do ingresso de 20 para 5 reais. Mesmo assim, o
palhaço tinha de rir da própria graça. Picadeiro e platéia vazios...
SITIO DO PICA PAU – Indo a Taubaté, em busca de algo que
limpasse a barra, levei-os à Chácara do Visconde. Afinal, todos que já foram ou
ainda são crianças, se interessam em conhecer o sítio de verdade. Foi ótimo
abraçar Emília, Dona Benta, Pedrinho, Nastácia. Mesmo tendo de enfrentar a
impontualidade do espetáculo e o calorão do teatrinho, com um único ventilador
voltado para o elenco. Ao público? Nada! Será porque é de graça?
PARQUE MONTEIRO LOBATO – Seguindo na direção do Quiririm,
perto do hospital São Lucas da Unimed, há um parque temático, próprio para
pique-niques. Mas, se for lá, leve água de casa para lavar as mãos, porque as
torneiras do banheiro masculino foram arrancadas. Sinal de abandono...
HORTO DE TAUBATÉ – Na vizinhança da Rodoviária Nova, o
Horto era minha única esperança. Mas também estava entregue ao deboche...
Infelizmente o Turismo aqui não é tocado com a seriedade de quem quer ser
visitado.
COLUNÃO:
Reflexão dos visitantes: - Tem cidades em que pior que o prefeito, só o
correio. Outras há em que o correio consegue ser pior do que o prefeito... Feia
a coisa!///// - Vem ai o 1º
encontro de colecionadores de carros antigos de Pindamonhangaba. Dia 26 de
janeiro, de 9 às 16 horas na Praça do Quartel. Um city tour histórico abre o
evento às 10 horas. Depois: Exposição, feira de artesanato, banda Elvis coover,
praça de alimentação./////- Pinda perdeu o atleta paralimpico Ruan Felipe Souza
para Uberaba. Semana que vem conto detalhes.///// - Fim da tregua? O
Vereador Felipe César (PMDB) vai centrar o foco de suas reivindicações numa
nova Rodoviária à margem da Dutra, na criação de Secretaria de Agricultura,
restaurante para o servidor e novo anel viário...
José Carlos Cataldi é
jornalista, radialista e advogado. Foi fundador da CBN. Atuou nas Empresas
Globo, Radiobrás (Presidência da República); TV Rio/Record; Redes Manchete e
Brasil de Televisão; foi 4 vezes Conselheiro Federal e Presidente da Comissão
Nacional de Direitos Humanos da OAB. e-mail: josecarloscataldi@hotmail.com
- Blog: http://pensandovoce.blogspot.com.