O MENSALÃO SOB A ÓTICA DO JORNALISTA
E DO JURISTA...
A corrupção no Brasil caiu num nível de banalidade,
que pouca gente ainda presta atenção no julgamento do mensalão. O próprio
noticiário já não reserva tanto espaço ao que se passa em
Brasília, no Supremo Tribunal Federal. Não está dando mais Ibope ver um ministro brigando com
outro, embora já estejam sendo confeccionadas máscaras com
as expressões faciais de Joaquim Barbosa ao melhor estilo Batman.
O futuro integrante da corte, ministro Teori Zavascki, indicado pela
presidente Dilma Rousseff para suceder o ministro Cezar Peluso, deixou claro ao
responder a sabatina do Senado precedente a sua posse, que não participará do
julgamento do mensalão, pois seria “contradição” declarar-se “habilitado” a
julgar a matéria e, ao mesmo tempo, pedir vista para conhecer o processo.
Em meio a esse clima, recebi, via internet, dois
textos muito interessantes. Um atribuído
ao Jornalista Nelson Motta que, em minha opinião define bem a posição do ex-deputado
federal Roberto Jefferson no caso mais rumoroso apreciado em toda a história do
judiciário brasileiro. Diz o seguinte: “Se o mensalão não tivesse existido, ou se
não fosse descoberto, ou se Roberto Jefferson não o denunciasse, muito
provavelmente não seria Dilma, mas Zé Dirceu o ocupante do Palácio da Alvorada,
de onde certamente nunca mais sairia. Roberto Jefferson tem todos os motivos
para exigir seu crédito e nossa eterna gratidão por seu feito heróico: "Eu
salvei o Brasil do Zé Dirceu."
Outra reflexão, brilhante como sempre, vem do jurista
carioca Jorge Béja: “para que o julgamento do processo do mensalão seja
completo é preciso, além das penas restritivas de liberdade, sejam os réus
também condenados nas penas acessórias: para os parlamentares, a perda do
mandato e a inelegibilidade por oito anos, como votou Peluso em relação a João
Paulo Cunha. E para todos a reposição, com juros e correção monetária, do
dinheiro pertencente ao fundo Visanet, do qual o Banco do Brasil é o maior acionista
e de cujas contas foram retirados os milhões de reais que sustentaram esse
esquema criminoso de lesa pátria. As leis penais de nosso país são brandas e o
cumprimento das condenações afrouxadas, quando não prescritas. Mas quando a
punição bate no bolso, aí a história é outra. Dói! E dói muito!”.
Opiniões que fazem muito sentido. Tanto
uma quanto a outra...
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