segunda-feira, 3 de setembro de 2012


A VOLTA DO MENSALÃO
O Supremo Tribunal Federal retoma nesta segunda-feira o julgamento do ‘Mensalão’. Sem a presença do ministro Cezar Peluso, aposentado compulsoriamente aos 70 anos.
O ministro-relator, Joaquim Barbosa, dará continuidade à leitura de seu voto sobre a imputação do crime de gestão fraudulenta de instituição financeira aos dirigentes do Banco Rural. Ao iniciar a leitura do voto, Barbosa cita a denúncia. Lembra que segundo o Ministério Público Federal, os dirigentes foram coniventes ao ocultar o real risco dos créditos concedidos. O banco teria manipulado dados. Não observava as exigências relativas aos cadastros dos clientes, especialmente o Partido dos Trabalhadores, a SMP&B Comunicação e da Graffiti Participações. O ministro-relator apontará ainda a ausência de levantamento confiável de dados contábeis das empresas e entidades tomadoras dos empréstimos, seus avalistas e   discrepancias em empréstimos diversos.
Quanto ao voto na despedida de Peluso, recebi reflexão relevante do Jurista Carioca Jorge Beja: “O voto de Peluso, à véspera da sua aposentadoria compulsória, ainda que sereno e justo, criou relevante questão jurídica que pode comprometer o desfecho do mensalão. Num só processo, 11 ministros julgam parte dos 37 réus e, doravante, os acusados restantes serão julgados apenas por 10 ministros. Daí surgem as perguntas: os réus que Peluso não julgou não teriam também o direito de ser julgados pelo mesmo número de ministros que decidiu a sorte dos demais? E se no final do julgamento, ainda com 10 ministros, houver empate na votação, quem vai desempatar? É oportuno recordar que no processo denominado "Ficha Limpa", o resultado foi 5 a 5 e custou muito até que Rosa Weber fosse indicada e nomeada para integrar o STF e desempatar o julgamento. No mensalão, em caso de empate, enquanto durar a espera para que outro ministro venha ocupar a vaga de Peluso e dar seu voto de desempate, a prescrição em benefício de todos os réus está correndo. Isso é preocupante para o prestígio do Judiciário e desatende à expectativa do povo que não deseja que os culpados não venham ser punidos em razão da estreita e acachapante porta da prescrição...”
Ainda pior que a prescrição é o projeto de lei, do deputado Ernandes Amorim, do PTB de Rondonia, pedindo anistia aos deputados Roberto Jefferson, José Dirceu e Pedro Corrêa. Está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.
E aí tudo pode ir para o lixo realmente. Vamos torcer que não!
Falei e disse.

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