quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

LAVOU, TÁ NOVO! É SÓ VENDER O SOFÁ...


Maria Lenir Ávila Zymler foi muito cumprimentada. Afinal foi nomeada assessora do Partido Republicano – o PR; no senado federal. Ia ter até jantar de gala em familia. Cargo de boa remuneração! Respeitabilidade... Assistente parlamentar... Salário bruto mensal de 8 mil 168 reais. Rendimento líquido de quase sete mil...

Quem não gostaria de uma boca como essa? Mesmo quem já tem marido bem de vida. Ia sobrar mais pros perfumes, bolsas, sapatos e futilidades em geral...

E tudo seria rigorosamente normal, não fosse Maria Lenir Zymler, mulher de Benjamin Zymler, presidente do Tribunal de Contas da União...

O que saltou aos olhos, à primeira vista ou em ‘primo luogo’ como diriam os patrícios italianos, é que estaríamos diante de um caso típico de nepotismo. Afinal, os Ministros do Supremo já baixaram até a sumula vinculante número 13, indicando que “é proibida a nomeação de cônjuge e parentes até o terceiro grau de autoridade para cargo de confiança na administração pública, em qualquer dos poderes”. E o Tribunal de Contas, querendo ou não, é o braço fiscalizador do Congresso que contratou a mulher do presidente do TCU...

Mas agora é que eu vou contar a vocês a curiosidade mais interessante. Lembram-se quando o “Companheiro Lula-lá” denunciava o poder que tinha o Tribunal de Contas em paralisar obras do PAC??? O companheiro mostrava-se visivelmente incomodado???

Pois ao apagar das luzes do governo, fim de dezembro de 2010, o Companheiro prestigiou o ministro Benjamin Zymler, marido da Maria Lenir, ora nomeada; indicado para presidir o TCU. Coincidentemente ou não, a Companheira Dilma – então mera candidata – estava lá, firme e forte na posse...

Maria Lenir Ávila Zymler, mulher do presidente do TCU, foi nomeada agora para assessorar o Partido PR, de Alfredo Nascimento no Congresso Nacional. Preste muita atenção porque Alfredo é presidente licenciado do PR e Ministro dos Transportes. Ministro do órgão recordista em obras com irregularidades graves apontadas pelo TCU, em relatório intitulado “Fiscobrás”, assinado pelo ministro Zymler, antes de ser o presidente do órgão auditor que injustamente tem nome de tribunal. Eis o texto da Fiscobrás sobre o ministério do Alfredo: "É também a unidade orçamentária que possui o maior número de empreendimentos com pendências de irregularidades graves advindas do ano anterior". Êpa! Ano anterior era tempo do Lula! O Companheiro que reclamava da fiscalização do TCU! A mulher do fiscal do TCU foi nomeada do nada!

Será que aí tem truta?

Apertado pela imprensa, que o PT gostaria de calar através de órgãos regionais de censura, o ministro Zymler ficou nervoso. Num primeiro momento, disse que não se manifestaria sobre o suposto conflito de interesses. Depois, telefonou para a mulher, como se não soubesse de nada...

Chegou a combinar com ela, diante dos jornalistas, para que não tomasse posse...

Amigos! É quase sempre assim. Minha pouca experiência em jornalismo – são apenas 40 anos – leva-me a vos o seguinte: Fiscalização política no Brasil vai só até a página 13. Um carguinho aqui, um favorzinho ali, e, pronto... A novela muda. A atriz que tinha morrido carbonizada, tal como a fênix, ressurgi das cinzas pois apenas fazia-se de morta...

E perante o eleitor, sempre traído, repito: lavou ta novo! É só vender o sofá...

Falei e disse!

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