quarta-feira, 18 de março de 2015

NO PAÍS DOS TOLOS, MESMO OS MAIS ESPERTOS NUNCA SABEM DE NADA...

Primeiro Lula. Nada sabia sobre o ‘mensalão’... Depois foi Dilma. Nada sabia sobre o ‘petrolão’. Nem da compra da refinaria fracassada de Passadena a preços milionários... Assinou sem ler. Como se o ‘jeton’ que recebia como membro do conselho da Petrobrás fosse mera complementação do que ganhava para ser ministra...
Agora explode o escândalo dos desvios do “Mais Médicos” para o favorecimento de Cuba...
Fala-se em golpe, como se o impeachment não existisse no ordenamento jurídico brasileiro... Foi invocado duas vezes. Não consumado em nenhuma.
Primeiro foi proposto pelo então deputado federal  Wilson Leite Passos em 1954 contra Getúlio Vargas... O mar de lama, agravado pelo atentado a Carlos Lacerda e ao Major Rubens Vaz levaram o caudilho gaucho ao suicídio. Evitando o julgamento político.
O caso Collor de Mello foi levado a julgamento no Senado, depois de admitido na Câmara o pedido formulado por Barbosa Lima Sobrinho, presidente da ABI e por Marcello Lavenère Machado presidente da OAB, apoiado por todos os conselheiros federais de então, inclusive este articulista. O impeachment também não se consumou. Collor renunciou antes...
Collor, assim como Lula e Dilma, também dizia que não sabia de nada. Tudo era obra de PC Farias. E lembrem que ali os gastos alegados eram de sobras de campanhas políticas. Nem o país chegou ao caos em que se encontra agora.
Lembro que a petição de Evandro Lins e Silva, a qual assisti escrever, citava Cícero frisando no pórtico: “Não basta que a mulher de César seja honesta. Tem de parecer honesta”. Dizia com isso que, mesmo verdadeiro o argumento parvo do desconhecimento, para parecer honesto, o titular do cargo devia manifestar inequívoca vontade de se desvencilhar do estorvo. Não esconder a sujeira debaixo do tapete e encontrar subterfúgios para assegurar a sustentabilidade cambaleante do governo.
A quem repele o impeachment, que muitos sustentam na atualidade como golpe,  contraponho a “teoria do domínio do fato” sugerida por Evandro contra Collor, ao lembrar o que se passara na Roma antiga. É público e notório o caos em que mergulhou a Nação, após seguidas sangrias  para dar sustentabilidade política a eleições de lisura questionável. O Julgamento pelo senado, se houver, será político, não jurídico. O convencimento vale mais que a prova.
A credibilidade do governo no próprio País e no Mundo é comparável a cloaca que não se deve sequer olhar.  Hoje a situação, salvo melhor juízo, pouco mais longe do discurso de Cícero, está mais próxima da narrativa de George Orwell in “A Revolução dos Bichos”:
“Vozes gritavam cheias de ódio. Eram todas iguais. Não havia dúvida agora quanto ao que sucedera à fisionomia dos porcos. As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem... De um homem para um porco, e, de um porco para um homem outra vez... Mas já era impossível de se ver, quem era homem, quem era porco ...”.

Falei e disse!

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