SUPREMO TERÁ DE DECIDIR SE JUIZ PODE SER
CHAMADO DE “VOCÊ”...
Na pauta do Supremo Tribunal Federal processo
em que um juiz do estado do Rio de Janeiro exige ser chamado de “doutor” e
“senhor” pelos funcionários do prédio onde mora. O processo foi distribuído ao
ministro Ricardo Lewandowski na semana passada.
Conheço bem o caso. Estava trocando o
Rio pelo Vale do Paraíba em 2004, quando a notícia ecoou, pelo inusitado, em
São Gonçalo, no Grande Rio. O magistrado se indispôs com os porteiros que o
chamavam de “você”.
A sentença de primeiro grau, chegou a
ser poética. O julgador chamou o colega nos brios pela perda de tempo. Mas não adiantou.
Ele recorreu ao Tribunal de Justiça, onde perdeu de novo.
Levou o caso ao Supremo, argumentando
que ser tratado por Doutor e excelência, mesmo fora da audiência envolve
princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade.
Pelo amor de Deus... Agora 10 anos
depois, o Supremo vai parar para julgar picuinha tão pequena...
Devo lembrar que “doutor” não é forma
de tratamento, e sim título acadêmico utilizado apenas quando se apresenta tese
a uma banca e esta a julga merecedora de um doutoramento. O título é dado
apenas às pessoas que cumpriram tal exigência e, mesmo assim, no meio
universitário.
O tratamento “Você” não é desdouro.
No interior, o matuto respeitosamente chama o senhorio de Vansucê ou vosmice...
Na língua portuguesa o tratamento íntimo
é tu, você é a forma apocopada de Vossa Mercê, meritíssimo...
E vamos deixar o Supremo se ocupar de
coisas mais sérias...
Falei e disse!
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