domingo, 18 de maio de 2014

LEGADO DA COPA, LEGADO DA OLIMPÍADA: TAPEAÇÃO CONTRA O POVO
 
 
Jorge Béja
 
 
Esses bordões que irrritam, que entopem os ouvidos e que servem de título neste artigo, são bordões e pregações falaciosas. Legado é nome que se dá a um bem próprio, livre, pessoal e integrante do patrimônio de uma pessoa que o destina, após sua morte e sempre por testamento, a ser transferido para  o de outra, chamada de legatário e que dele se torna proprietária. Também existe o legado intelectual (imaterial), que é o deixado por filósofos e pensadores do passado. Apregoar que a Copa do Mundo e a Olímpiada deixarão "legado" para o povo brasileiro é tapeação, ilusão. É propaganda enganosa, para usar da expressão do Código de Defesa do Consumidor.
 
O QUE É DO POVO, AO POVO PERTENCE
 
 
Ninguém pode ser legatário daquilo que, por lei e pelo Direito Natural, já lhe pertence e que são as obras e realizações que o seu próprio dinheiro construiu e edificou. Se for verdade mesmo que os aeroportos, os investimentos em segurança, as rodovias, os transportes públicos e outros serviços e obras públicas vão melhorar por causa da Copa do Mundo de Futebol e da Olimpíada, terminados os eventos, o que foi feito não representará "legado" algum para o povo, porque foi  realizado com o dinheiro do povo.  Logo, pertencem ao próprio povo, titular legal do congênito Direito de Propriedade e jamais por legação, benesse, contemplação e outro nome que traduza benemerência ou favor. Ninguém pode ser considerado legatário de um bem que a própria pessoa, singular ou coletiva, adquiriu, construiu e conquistou, com meios e recursos próprios. O patrimônio público a todos pertencem, ontem, hoje e sempre. São bens insusceptíveis de lhes ser atribuído a denominação de "legado".
 
"LEGADO" MALDITO
 
Mas para eles, "Os Donos do Poder", na feliz e irreprensível conceituação da Raymundo Faoro, o que vai ficar depois é mesmo "legado". Um "legado" maldito, saudoso doutor Faoro. A gastança dos dinheiros público tem sido uma farra. Uma esbórnia sem controle, em detrimento das necessidades básicas e prioritárias da população, que continua --- e continuará--- sem atendimento médico-hospitalar; sem segurança pública, ostensiva, preventiva e repressiva; os servidores públicos miseravelmente remunerados; o professorado vilipendiado; os aposentados, sem voz e sem vez...e a corrupção cada dia mais forte, mais ampla, geral e irrestrita. Que pena!!!

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