segunda-feira, 21 de novembro de 2011

NO BRASIL O EXEMPLO NÃO VEM DE CASA...


Enquanto governantes e o congresso nacional discutem como desossar o pré-sal, o vazamento de petróleo no Campo do Frade, explorado na Bacia de Campos pela gigante norte-americana CHEVRON, dá starter a uma série de perguntas. PRIMEIRA: por que a Petrobrás, detentora da maior tecnologia de exploração em águas profundas não manteve o monopólio ali, transferindo o setor para terceiros? SEGUNDA: não seria melhor repensar o pré-sal ao invés de deixar a ganância presidir o processo? TERCEIRA: teremos condições de frear um vazamento abaixo da região abissal?

O Ministério do Meio Ambiente deve anunciar nesta segunda-feira que a empresa Chevron receberá multa máxima, de 50 milhões de reais por dano ambiental. A máxima aplicada até hoje... Vem daí a QUARTA indagação: isso paga o prejuízo causado ao meio ambiente? Paga o envenenamento e a possível mudança da rota migratória de aves e peixes, com reflexos na cadeia alimentar ou quem sabe até no clima do planeta?

O oceanógrafo David Zee, nomeado perito pela Polícia Federal para acompanhar o caso, diz que não! Segundo ele, para as empresas, seria mais vantajoso pagar a multa do que ter controle mais rígido sobre vazamentos. O valor representa, por exemplo, menos de por cento dos investimentos de 5 bilhões de dólares da companhia...

O Secretário de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc afirma que o acidente poderia ter sido evitado e merece resposta mais forte: -“É uma região rica em biodiversidade, como algas, plantas e micro-organismos que são base da cadeia alimentar marinha”... Por isso vai pedir hoje o descredenciamento da TRANSOCEAN, empresa contratada para perfurar o poço no Campo de Frade, junto ao IBAMA. Lembra que a TRANSOCEAN é a mesma envolvida no vazamento de óleo do Golfo do México, em 2010.

Passados 14 dias do início do vazamento, o petróleo continuava vazando em alguns pontos no Campo de Frade, segundo informou ontem a Agência Nacional do Petróleo.

A cada instante o governo gasta milhões em propaganda conclamando o Povo a colaborar para a salvação do Planeta... Dai vem a QUINTA indagação: de que adianta, se ele – GOVERNO – é o primeiro a permitir destruição milhares de vezes maior que a produzida por alguém que lava a frigideira besuntada de óleo e escorre na pia da cozinha?

Amigos! Tenho ou não razão de dizer que, no Brasil, o exemplo não vem de casa?

Falei e disse.

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