sábado, 12 de junho de 2010

SOU TEIMOSO!

Li na internet algo que me parece o cúmulo do absurdo. Silvano Geremia é empresário em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. A firma dele tem 25 anos. Fabrica equipamentos para extração de petróleo. Tecnologia de ponta. Ele diz que com seus dedicados empregados, disputa cada pedacinho de mercado com países fortes, como Estados Unidos e Canadá. Frisa que só dá para ser competitivo se tiver equipes qualificadas trabalhando. Com essa preocupação, criou em 1988 um programa que custeia a educação dos profissionais, em todos os níveis: do varredor ao técnico. Isso até um fiscal do INSS aparecer por lá, entendendo que educação é salário indireto, cobrando em nome do Lula, contribuição social sobre os valores pagos aos estabelecimentos de ensino pelos funcionários, acrescidos de juros e atualização monetária.

Revoltado o empresário afirma: “acabo de descobrir mais um desses absurdos que só servem para atrasar a vida das pessoas que tocam e fazem este país. Investir na educação é contra a lei”

No Estado Brasileiro, moralmente falido, mais da metade das crianças que iniciam a primeira série não concluem o ciclo básico. O empresário consciente lembra com oportunidade e acerto, que a Constituição Brasileira diz que “educação é direito do cidadão e dever do estado”. E frisa: “quem é o Estado? Somos nós?” Logo, se a União não tem recursos, como empresário o senhor Geremia entende que pode e deve pagar a escola de seus funcionários, sem ser penalizado por suprir a omissão. Pensa que se a voracidade do Estado do Lula virar moda, as empresas que proporcionam benefícios aos empregados vão recuar.

Por isso Geremia apela: “por favor, deixem quem está fazendo alguma coisa trabalhar em paz”...

Silvano Geremia é filho de família pobre. Só pode completar o primeiro grau aos 22 anos, com o dinheiro do primeiro emprego em Bento Gonçalves, onde também cursou escola técnica em mecânica. Prestou vestibular e passou, mas não pode cursar engenharia mecânica por falta de tempo. Precisava fazer a empresa crescer. Por isso, até hoje se emociona quando forma algum empregado...

O desabafo de Geremia: “O fiscal do INSS acredita que estou sujeito a ações judiciais. Segundo ele, algum empregado que não receba os valores para educação poderá reclamar uma equiparação salarial ao colega que recebe... Nunca, desde que existe o programa, um funcionário meu entrou na Justiça. Todos sabem que estudar é uma opção daqueles que têm vontade de crescer... E quem tem esse sonho pode realizá-lo porque a empresa oferece essa oportunidade. O empregado pode estudar o que quiser, mesmo que seja Filosofia, que não teria qualquer aproveitamento prático na Geremia. No mínimo, ele trabalhará mais feliz. Meu sonho de consumo sempre foi uma Mercedes-Benz. Adiei a realização várias vezes porque, como cidadão consciente do meu dever social, quis usar meu dinheiro para fazer alguma coisa pelos meus 280 empregados. Com os valores que gastei no ano passado na educação deles, eu poderia ter comprado duas Mercedes. Teria mandado dinheiro para fora do país e não estaria me incomodando com leis absurdas”.

Geremia é dos meus. Diz que não vai pagar. Vai recorrer até a última instancia. E se você pensa que vai desistir de dar educação aos empregados por causa da multa ele responde:


“não vou parar de investir no meu patrimônio mais precioso: as pessoas. Sou teimoso!”

2 comentários:

  1. Recebi um e-mail comovente a respeito deste senhor que com certeza é exceção a parte neste país. A maioria dos políticos brasileiros que são eleitos para fazer leis de proteção a família e a sociedade como um todo. Os indicadores como educação, saúde e segurança, que medem o bem estar dos brasileiros são vergonhosos. Nas campanhas todos os candidatos só falam nisto, mas quando se elegem tratam apenas dos seus próprios interesses. Os escândalos envolvendo gestores públicos é vergonhoso. O que a justiça deste país faz para nos proteger? Nada, absolutamente, nada! Cadê o Ministério Público? As repartições públicas deste país são elefantes brancos usados pelos políticos para promover gastança dos trilhões arrecadados para patrocinar todo tipo de benefícios aos familiares e amigos de juízes, políticos, etc. Como diria Boris Casoy: É uma vergonha!!!!
    Eleitor revoltado.

    ResponderExcluir
  2. Sr. Geremia, parabéns! Fico comovido com pessoas como o senhor. Continue sendo teimoso. Não espere recompensa ou agradecimento nem mesmo dos que estão sendo beneficiados pelos incentivos seus (de sua empresa).
    Mais uma coisa eu posso lhe dizer, mesmo não sabendo em que o senhor acredita: Deus te recompensará de alguma forma! Pode ter certeza!
    Posso também acrescentar: Não é só o futebol. Tem também o carnaval, as festas juninas, dia disso, dia daquilo... tudo com o propósito de desviar a atenção do povo para o que realmente vale a pena ser levado em consideração.
    O povo não ver porque não quer... se conformam com esmolas dadas pelo governo através dos programas sociais... e a dignidade destas pessoas como fica?

    ResponderExcluir