sábado, 26 de junho de 2010

O VICE É BOM. PROBLEMA É A SIMPATIA DO CANDIDATO

Fui custoso para José Serra encontrar um vice. Vem penando desde o tempo em que ainda liderava a pesquisa. Agora, no declínio, nem Rodrigo Maia aceitou que o DEM indicasse quem poria a cara, com ele, contra a Dilma. Nem o Dornelles e o PP.

Resultado? A consolidação da tão falada chapa puro sangue extraída a fórceps. Vai pro sacrifício o senador pelo Paraná, Álvaro Dias. Tido por paranaense por muitos, mas, em verdade, nascido em Quatá, no interior de São Paulo... Isso pouco importa. Dias, criado desde criança em Maringá, tem mais chão de Paraná do que muito paranaense de berço. E olhando para esse passado a gente vê muitas coisas boas e uma carreira política de sucesso. Não perde nada, pois foi reeleito em 2006 e seu mandato vai até 2014.

É um homem correto, embora alguém possa insistir que, em 2009, estivesse entre dezenas de parlamentares que tiveram o nome envolvido no escândalo das passagens aéreas. Um dos filhos dele, Alvaro Filho, usou uma cota custeada por dinheiro público para uma viagem a Montevidéu, no Uruguai. Na ocasião, foi alegada "compensação de despesas". Mas, Álvaro Dias – o Pai; lutou contra as covardias da ditadura no MDB autêntico.

E será que vai granjear popularidade para Serra? Não creio. Sua notoriedade é maior entre os proprietários rurais, diante da luta justa que travou contra a vagabundagem de usurpadores do campo.


A carreira de Álvaro Dias acumula: Em 1971, foi eleito deputado estadual; três anos depois, elegeu-se deputado federal, obtendo a maior votação proporcional da história do Paraná até então. Foi reeleito em 1978, permanecendo na Câmara dos Deputados até 1982, ano em que obteve uma cadeira no Senado. Na Casa, tornou-se vice líder do PMDB entre 1985 e 1986. Um ano depois, assumiu o governo do Paraná, após vencer a disputa eleitoral com 68% dos votos. Ao final de seu mandato, em 1991, decidiu sair do PMDB para ingressar no PST, em um primeiro momento, e logo depois em seu atual partido. Já filiado ao PSDB, saiu derrotado das eleições para o governo paranaense em 1994.
Em 1998 foi eleito senador novamente. Em 2001, ainda sob o governo de seu correligionário FHC (1995-2002), Dias trocou o PSDB pelo PDT, depois de ter sido ameaçado de expulsão da sigla por ter votado a favor da criação de uma CPI que investigaria denúncias de corrupção na administração tucana.

Vem daí uma séria incoerência em estar apoiando Serra. Afinal, alguém pode lembrar quando Álvaro Dias foi textual: "O PSDB nos exigiu fidelidade à corrupção e não podemos oferecer esse tipo de fidelidade. Nosso compromisso é com os cidadãos que nos elegeram",.. Assim como alguém também pode lembrar que o divórcio não durou e, que em 2003, Dias voltou ao ninho Tucano.

Aécio teria sido melhor, ao invés de Serra, como cabeça de chapa do PSDB. Até o Geraldinho Alckmin... A derrota de Serra, Caríssimo Leitor, avizinha-se acachapante!

Falei e disse!

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