CIDADANIA
RECONHECIMENTO AO COMBATENTE.
Tempos
atrás fui procurado pela OAB de São Paulo. Achei estranho. Afinal, embora more
em Pindamonhangaba, interior paulista, hoje em dia, minha inscrição é e sempre
foi do Rio. Não atinei para a razão de
um pedido para que relatasse sobre minha passagem na Comissão Nacional
de Direitos Humanos, e no Conselho Federal
da Ordem, ainda por cima.
Pensei
então que pudesse ser para rebater a algum crítico, daqueles que dizem que
‘Direitos Humanos só servem para defender bandidos’. Fui membro e até
presidente da Comissão Nacional. Eis que dias atrás recebi da OAB de São Paulo
um livro...
A
história da narrativa começa nos anos 90, 3 sacolas de supermercado que recebi,
reuniam resíduos da atuação da Comissão na chacina do Carandirú e do massacre
de Eldorado dos Carajás. E ai relatei de nossa ida a Bolívia, para soltar um
brasileiro feito refém da dívida da mulher a uma cambista boliviana que seria
amante do Comandante de ‘La Guardia de Fronteira’ do país vizinho. Depois
narrei de minha interferência para serenar rebelião no presídio de segurança
máxima de Corumbá onde me fiz refém. E ainda na ‘capital do pantanal’, a
participação ativa no combate às drogas minimizando efeitos de uma portaria do
DIMED que facilitava a venda de éter, acetona e ácido sulfúrico para o tráfico,
através de farmácias de fachada, que só funcionavam de madrugada a serviço da
destilação de cocaína. Inclusive o juiz Luiz Cláudio Bonassini, hoje
desembargador, fez constar de sentença que se todas as mulheres de Corumbá
fizessem e desfizessem as unhas a cada 5 minutos não justificariam o volume de
venda de acetona de uma noite nas farmácias de fachada da cidade.
Já
como presidente da Comissão, fomos ao Pará denunciar a saga dos Irmãos Canuto,
vítimas de conflitos de terra; trabalho escravo em fazendas, e contra uma seita
que emasculava crianças para fazer fetiches com suas genitálias. Depois, fomos
a Campo Grande, Mato Grosso do Sul denunciar trabalho de crianças que atuavam
em carvoarias, e, em Foz do Iguaçu, atravessamos para Ciudad Del Leste, na
companhia do bispo emérito, Dom Thomás Balduíno, a fim de salvar brasileiros,
chamados de brasiguaios, amontoados em verdadeiros campos de concentração, pelo
simples fato de trabalharem no país vizinho, tendo por defensores, advogados
sem vontade própria, vez que nomeados pelo governo paraguaio. Dedicamos a eles
advogados brasileiros, através da OAB do Paraná.
Convidados
a acompanhar a abertura das negociações de paz entre judeus e palestinos, como
âncora principal da CBN – Rio; fomos a Jerusalém a convite da federação
Israelita e do Movimento sionista Mundial. Fomos impedidos de ver a brasileira
Lâmia Maruf Hassan, condenada a cumprir 2 prisões perpétuas, como se tivesse
duas vidas; porque o namorado dela, um palestino; matou um soldado Judeu. Mas
conseguimos documentação suficiente para que, do Brasil, o deputado Nilmário
Miranda conseguisse que ela voltasse para São Paulo.
Pelo
trabalho que a comissão estabeleceu, depois do recebimento de tudo que nela
havia em 3 sacolas de supermercados, recebemos em Brasília a visita do
secretario do Alto Comissariado de Direitos Humanos da OEA, Welasco Clarck, e,
logo a seguir, o convite do governo Bill Clinton para uma visita oficial por
conta do trabalho em que combatemos o tráfico de drogas. Fomos recebidos no
DEA.
Mas
tudo isso só foi possível pelo respaldo, intelectual, moral e, inclusive,
financeiro prestado pelo jurista José Roberto Batochio, enquanto presidente do
Conselho Federal da OAB.
Pois
voltando ao livro que recebi dias atrás, foi que entendi a razão do pedido da
OAB São Paulo, para que narrasse minha passagem na Comissão de Direitos Humanos
da OAB Nacional. Olhando o título do livro: “José Roberto Batochio, em Defesa
da Advocacia” percebi que queriam em verdade fazer uma homenagem a este grande
brasileiro.
Acontece
que minha narrativa, ao ganhar as páginas 41 a 43 com o título “COMBATENDO O
BOM COMBATE COM APENAS 3 SACOLAS”, nosso trabalho, em verdade, também foi
reconhecido. Não estive lá para facilitar a vida de Bandidos, como os críticos
costumam dizer...
De
modo que me resta agradecer a OAB. E a você Batochio, dizer apenas que: te devo
mais essa, Companheiro...
Falei
e disse!
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