quarta-feira, 31 de janeiro de 2018


CIDADANIA

RECONHECIMENTO AO COMBATENTE.

Tempos atrás fui procurado pela OAB de São Paulo. Achei estranho. Afinal, embora more em Pindamonhangaba, interior paulista, hoje em dia, minha inscrição é e sempre foi do Rio. Não atinei para a razão de  um pedido para que relatasse sobre minha passagem na Comissão Nacional de Direitos Humanos, e no  Conselho Federal da Ordem, ainda por cima.

Pensei então que pudesse ser para rebater a algum crítico, daqueles que dizem que ‘Direitos Humanos só servem para defender bandidos’. Fui membro e até presidente da Comissão Nacional. Eis que dias atrás recebi da OAB de São Paulo um livro...

A história da narrativa começa nos anos 90, 3 sacolas de supermercado que recebi, reuniam resíduos da atuação da Comissão na chacina do Carandirú e do massacre de Eldorado dos Carajás. E ai relatei de nossa ida a Bolívia, para soltar um brasileiro feito refém da dívida da mulher a uma cambista boliviana que seria amante do Comandante de ‘La Guardia de Fronteira’ do país vizinho. Depois narrei de minha interferência para serenar rebelião no presídio de segurança máxima de Corumbá onde me fiz refém. E ainda na ‘capital do pantanal’, a participação ativa no combate às drogas minimizando efeitos de uma portaria do DIMED que facilitava a venda de éter, acetona e ácido sulfúrico para o tráfico, através de farmácias de fachada, que só funcionavam de madrugada a serviço da destilação de cocaína. Inclusive o juiz Luiz Cláudio Bonassini, hoje desembargador, fez constar de sentença que se todas as mulheres de Corumbá fizessem e desfizessem as unhas a cada 5 minutos não justificariam o volume de venda de acetona de uma noite nas farmácias de fachada da cidade.

Já como presidente da Comissão, fomos ao Pará denunciar a saga dos Irmãos Canuto, vítimas de conflitos de terra; trabalho escravo em fazendas, e contra uma seita que emasculava crianças para fazer fetiches com suas genitálias. Depois, fomos a Campo Grande, Mato Grosso do Sul denunciar trabalho de crianças que atuavam em carvoarias, e, em Foz do Iguaçu, atravessamos para Ciudad Del Leste, na companhia do bispo emérito, Dom Thomás Balduíno, a fim de salvar brasileiros, chamados de brasiguaios, amontoados em verdadeiros campos de concentração, pelo simples fato de trabalharem no país vizinho, tendo por defensores, advogados sem vontade própria, vez que nomeados pelo governo paraguaio. Dedicamos a eles advogados brasileiros, através da OAB do Paraná.

Convidados a acompanhar a abertura das negociações de paz entre judeus e palestinos, como âncora principal da CBN – Rio; fomos a Jerusalém a convite da federação Israelita e do Movimento sionista Mundial. Fomos impedidos de ver a brasileira Lâmia Maruf Hassan, condenada a cumprir 2 prisões perpétuas, como se tivesse duas vidas; porque o namorado dela, um palestino; matou um soldado Judeu. Mas conseguimos documentação suficiente para que, do Brasil, o deputado Nilmário Miranda conseguisse que ela voltasse para São Paulo.

Pelo trabalho que a comissão estabeleceu, depois do recebimento de tudo que nela havia em 3 sacolas de supermercados, recebemos em Brasília a visita do secretario do Alto Comissariado de Direitos Humanos da OEA, Welasco Clarck, e, logo a seguir, o convite do governo Bill Clinton para uma visita oficial por conta do trabalho em que combatemos o tráfico de drogas. Fomos recebidos no DEA.

Mas tudo isso só foi possível pelo respaldo, intelectual, moral e, inclusive, financeiro prestado pelo jurista José Roberto Batochio, enquanto presidente do Conselho Federal da OAB.

Pois voltando ao livro que recebi dias atrás, foi que entendi a razão do pedido da OAB São Paulo, para que narrasse minha passagem na Comissão de Direitos Humanos da OAB Nacional. Olhando o título do livro: “José Roberto Batochio, em Defesa da Advocacia” percebi que queriam em verdade fazer uma homenagem a este grande brasileiro.
Acontece que minha narrativa, ao ganhar as páginas 41 a 43 com o título “COMBATENDO O BOM COMBATE COM APENAS 3 SACOLAS”, nosso trabalho, em verdade, também foi reconhecido. Não estive lá para facilitar a vida de Bandidos, como os críticos costumam dizer...

De modo que me resta agradecer a OAB. E a você Batochio, dizer apenas que: te devo mais essa, Companheiro...  

Falei e disse!

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