sexta-feira, 8 de novembro de 2013

ONTEM E HOJE

O Brasil é país dado a pirotécnicas com dinheiro público. Vendo alguns homens e mulheres da república ocupando espaços da televisão para falar do sucesso de certas “bolsas”, gente que brinca com verbas, algumas vezes premiando quem não teria a menor necessidade; farras no congresso nacional, lembro do que contam sobre o Baile da Ilha Fiscal, o último do império, e, que amanhã completa 124 anos.
Entre as várias motivações estaria a homenagem aos oficiais do navio chileno Almirante Cochrane, ancorado na Baía de Guanabara e que poderia atacar o Rio de Janeiro... Pois nessa grande festa, patrocinada com dinheiro desviado do socorro previsto para os flagelados da seca no nordeste – desde aí já éramos bafejados pela corrupção; aconteceu de tudo...
Primeiro o adiamento, de 19 de outubro para 9 de novembro de 1889, por causa da morte do Rei Luis Primeiro de Portugal, sobrinho de Dom Pedro II do Brasil. Depois a vontade de combater os ideais republicanos, como propunha o Visconde de Ouro Preto, presidente do Conselho de Ministros. E, mais adiante, pelos achados pós-baile. Até calcinhas foram colhidas entre papéis e cacos de vidro no chão.
De três a cinco mil pessoas participaram daquela farra com dinheiro público, em que gastou-se com as polcas, o correspondente a 10 por cento do orçamento para todo um ano na província do Rio de Janeiro, segundo estimativa da época.
Hoje, além dos “bolsas” do governo federal, dos desvios de verbas para flagelados de enchentes pelas administrações estaduais e municipais das regiões serranas, a gente observa ministros patrocinando banquetes à bordo dos aviões da FAB, entre mensalões e outros escândalos. A diferença é que seis dias após o Baile da Ilha Fiscal, a 15 de novembro de 1889, uma sexta-feira, o império caiu. Foi proclamada a República...


Falei e disse!

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