ONTEM E HOJE
O Brasil é país dado a pirotécnicas
com dinheiro público. Vendo alguns homens e mulheres da república ocupando
espaços da televisão para falar do sucesso de certas “bolsas”, gente que brinca
com verbas, algumas vezes premiando quem não teria a menor necessidade; farras
no congresso nacional, lembro do que contam sobre o Baile da Ilha Fiscal, o último do império, e, que amanhã completa 124
anos.
Entre as
várias motivações estaria a homenagem
aos oficiais do navio chileno Almirante Cochrane, ancorado na Baía de Guanabara
e que poderia atacar o Rio de Janeiro... Pois nessa grande festa, patrocinada
com dinheiro desviado do socorro previsto para os flagelados da seca no nordeste
– desde aí já éramos bafejados pela corrupção; aconteceu de tudo...
Primeiro o adiamento, de 19 de outubro
para 9 de novembro de 1889, por causa da morte do Rei Luis Primeiro de
Portugal, sobrinho de Dom Pedro II do Brasil. Depois a vontade de combater os
ideais republicanos, como propunha o Visconde de Ouro Preto, presidente do
Conselho de Ministros. E, mais adiante, pelos achados pós-baile. Até calcinhas
foram colhidas entre papéis e cacos de vidro no chão.
De três a cinco mil pessoas participaram
daquela farra com dinheiro público, em que gastou-se com as polcas, o
correspondente a 10 por cento do orçamento para todo um ano na província do Rio
de Janeiro, segundo estimativa da época.
Hoje, além dos “bolsas” do governo
federal, dos desvios de verbas para flagelados de enchentes pelas administrações
estaduais e municipais das regiões serranas, a gente observa ministros
patrocinando banquetes à bordo dos aviões da FAB, entre mensalões e outros
escândalos. A diferença é que seis dias após o Baile da Ilha Fiscal, a 15 de
novembro de 1889, uma sexta-feira, o império caiu. Foi proclamada a
República...
Falei e disse!
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