terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

CIDADANIA
IRRESPONSABILIDADE CARNAVALESCA
Cobri e acompanho os desfiles do carnaval carioca, ainda agora, mesmo a distância. E lá se vão quase 50 anos... Nunca vi ou tive notícia de certificação de segurança e qualidade para os carros em que são montadas alegorias, a cada ano mais gigantescas. E para desfiles, este ano até com drones...
Os acidentes que marcaram e fizeram vítimas nos dois dias de desfiles do Grupo Especial, com a Tuití e com a Tijuca, estão a exigir maior critério, inspeção e fiscalização do conjunto da obra. Já no deslocamento até o sambódromo os problemas vão se mostrando e recebendo ‘gambiarras’, emendas daqui e ali, até a hora em que adentram o espaço, quando vem a ordem para o ‘embrulha e manda’...
Num ano são incêndios. Noutro queda dos andores. Derrubada de árvores e fios de alta tensão, nem se fala... Neste Carnaval o mais grave foi a quebra de um volante interno de direção, e, a entrega do comando da alegoria gigante a um motorista que desconhecia que conduziria um carro acoplado... Pelo menos alega... E debaixo de tantos penduricalhos é possível não saber ou perceber...
Que se exija planta de engenharia, fiscalização acurada dos bombeiros e do CREA, além de habilitação específica dos condutores, assim como se exige de quem transporta cargas perigosas e passageiros...
Mas a ambição do ‘vencer ou vencer’ soa mais forte do que a vida. E o resultado tai, gente a beira da morte por força da necessidade irresponsável de vencer. Não há indenização que pague, embora todos, sem exceção tenham responsabilidades: Liga, Escola, Prefeitura e motoristas podem ser alvos para uma eventual ação cível indenizatória e um processo criminal...
De ressaltar duas atitudes. A do prefeito da Cidade que aproveitava o período para buscar um encontro com Deus. Acabou interrompendo o retiro espiritual que fazia para recomendar foco no atendimento às vítimas nos hospitais Sousa Aguiar e Miguel Couto. E, também, para o carnavalesco vitorioso e responsável, Paulo Barros. Ele criticou maior preocupação com a estética do que com a segurança. Este sabe produzir efeitos e despertar a emoção sem colocar a vida dos outros a prova. Vencer não é tudo, minha gente...
Falei e disse!

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