quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

CIDADANIA

NÃO DÁ PRA ENTENDER

Estado e Município do Rio brigam pelo Maracanã...

O nome original do estádio, que já foi maior do mundo, é ‘Estádio Municipal do Maracanã’. Depois passou a Mário Filho, por conta do esforço do então dono do Jornal dos Sports na consumação do sonho ambicioso do então prefeito Ângelo Mendes de Moraes. Mas até por esse contexto, o Maracanã pertence ao município do Rio, e, se não for por aí, o terreno é da família Suckow da Fonseca por ‘desvio de finalidade’. Conheço toda a história porque meu pai foi o principal assessor de Mário Filho e atuou ativamente na campanha de arrecadação de recursos para a construção do estádio...

Havia naquela área um derby em que se disputavam provas de hipismo, numa gleba maior ainda que pertencia ao major cavalariano Celso Suckow da Fonseca que, aliás, empresta o nome à Escola Técnica Federal, também fixada ali, às margem do Rio Maracanã.

Apaixonado pelas provas hípicas, o major doou a área para a finalidade específica de provas de carreira, em benefício do aperfeiçoamento genético das raças nacionais. Veio, porém, o hipódromo da Gávea e o espaço do Maracanã foi desprezado. Passou a ser depósito da sucata da segunda guerra mundial. Ângelo Gomes, fotógrafo do jornal dos Sports confirmou com sua Rolley Flex, dada por papai, que até granadas não deflagradas foram encontradas ali. No início da obra.

Com o Brasil assegurando a sede para a Copa do Mundo de 1950, o prefeito Ângelo Mendes de Moraes desviou a finalidade hípica para o futebol. Com recursos municipais, ergueu ali o Maracanã, que a família Suckov da Fonseca poderia até retomar, por esse ‘desvio’, tivesse o dinheiro para indenizar as benfeitorias...

Portanto, se a prefeitura quiser o espaço, pode alegar tudo isso em juízo contra o governador Pezão que, apesar de falido, não quer reconhecer o direito reivindicatório do Município do Rio de Janeiro, com muito maiores condições de administrar, manter e tocar o velho Maraca...


Falei e disse!

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