CIDADANIA
O
ESPELHO DA VIDA...
De tudo na vida, por mais triste que seja a
situação, devemos tirar lições...
O enterro de Maria Eduarda, marcado por emoção e
revolta, não pode se resumir em mais um sepultamento e policiais presos. Tem
que ser avaliado o que, com oportunidade e acerto, declarou o prefeito do Rio.
Marcelo Crivella disse que é inaceitável o estabelecimento de tiroteios na proximidade
de escolas. É o óbvio que, na prática ninguém se dá conta...
Mas não é só isso. Tem que ser verificado o nível
de estresse com que trabalham os policiais. Pressionados pelo comando, sem condições
mínimas para o trabalho desempenhado. Sem salário para apresentar em casa. E, o
que é pior: sem qualquer segurança para um enfrentamento de guerra.
Quem acompanha as ações dos exércitos que combatem
o terror em várias frentes, percebe que após os confrontos, os combatentes se recolhem
escoltados aos quartéis, onde permanecem guarnecidos. Suas famílias estão
totalmente fora do foco de represálias... Com os PMs, não! Sabem que voltarão
sozinhos para as comunidades em que moram, escondendo a farda molhada para
secar atrás da geladeira, para não despertar a desconfiança dos vizinhos
traficantes...
Não há justificativa para a bala perdida. Para o
tiro mal dado em revide. Para o excesso de ódio em resposta a uma provocação, no
passado ou no presente. Ao agente de segurança é sempre cobrado equilíbrio em
qualquer circunstância. Mesmo com salário atrasado...
Mas tudo isso explica a necessidade de mudança no
treinamento, na segurança das operações e na preparação da cabeça dos
policiais. Do contrário, continuaremos sepultando ‘Eduardas’ com muita
tristeza, pagando indenizações que não devolvem vidas e punindo policiais
estressados, enquanto os comandos chicoteiam os que não trazem ou não produzem
bons resultados...
A soldadesca na cadeia. Mas, como fica quem coloca
estes homens em ação? Até quando? Maria Eduarda nunca vai ter essas
respostas...
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