O MARACANÃ E AS COISAS QUE POUCA GENTE SABE...
Afora a tristeza da derrota da copa de 50, nasci ouvindo coisas
fantásticas acerca do Maracanã. Primeiro sua construção em cima de um Derby
abandonado, que deu espaço a um depósito de material do exército, sucata da
segunda guerra mundial. Depois as peripécias de Mário Rodrigues Filho, para dar
forma a um propósito corajoso e megalômano do então Prefeito Ângelo Mendes de
Moares, de construir ali, “a qualquer preço”, o maior Estádio do Mundo que, por
justiça, recebeu o nome de “Mário Filho”, meu Amigo e patrão de meu Pai – Ary
Cataldi. Mario vendia pessoalmente e com a ajuda de meu pai, as cadeiras
cativas aos grandes beneméritos da obra, com titulo de perpetuidade.
Coisas que Papai contava. A obra, feita a toque de caixa, foi toda
fotografada por Ângelo Gomes, fotógrafo do Jornal dos Sports, com a Rolley Flex
que meu pai deu a ele. No terreno ainda foram encontradas granadas, lagartas de
tanques de guerra e morteiros não deflagrados na Itália, me contou "tio
Angelo"...
O Jurista Jorge Béja, um dia me contou outra parte da história: o desvio
de finalidade praticado por Mendes de Moraes. O terreno foi dado pelo
cavalariano Major Suckow para a construção de uma pista para cavalos, não para
estádio de futebol. E, da pretensão da família em que se estudasse indenização
ou retomada pelo "desvio de finalidade" avisei ao Amigo Marcelo
Alencar, quando governava o Rio e acenava com a hipótese de rifar o estádio
entre a iniciativa privada. Alencar ouviu a assessoria e desistiu da ideia,
ante a hipótese dos herdeiros reivindicarem o espaço.
Agora, diante da hipótese do governo
Sérgio Cabral atropelar o direito adquirido dos que compraram cadeiras
perpétuas para ajudar a construir o primeiro Maracanã, cujo teto nunca ameaçou
cair como o “Engenhão”; aquele que seguiu o cálculo estrutural do fabuloso,
saudoso e também conhecido Engenheiro Fernando José Ramos Lengruber, morto em
2000 , e, hoje esquecido, Jorge Beja faz um alerta que registro no Blog como
história e advertência...
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